terça-feira, 26 de maio de 2009

Seminários de Provocação e Construção de Nova Mobilização do Movimento

O MOVIMENTO 27 DE MARÇO em reunião no Teatro Coletivo no dia 25 de maio de 2009 DECIDE PELA MOBILIZAÇÃO NO DIA EM QUE O MINC ENTREGAR O PROJETO DE LEI QUE SUBSTITUIRÁ A LEI ROUANET. A proposta de uma nova mobilização em frente à FUNARTE foi encaminhada como desdobramento das ações iniciadas em março deste ano.

Após termos participado dos debates que se seguiram em torno da "nova" lei, sempre de forma propositiva, e entregado a nossa proposta ao MinC, esperamos que o Ministério elabore um projeto de lei condizente com as inúmeras manifestações verbais de apoio que vem dando através de seus representantes. Entramos agora numa nova etapa em que é grande a expectativa em torno da redação final do projeto que será encaminhado ao Congresso e temos que nos preparar para responder às novas condições que se apresentarem,

FIQUEM DE OLHO E PREPAREM-SE PARA VENTOS E TEMPESTADES!!

Convidamos a todos para que compareçam nos Seminários de Provocação organizados pelo Movimento e que terão início na semana que vem, no Teatro Coletivo. Os quatro primeiros encontros serão às segundas feiras com a provocadora Iná Camargo Costa. Sempre uma semana após um seminário segue um debate de aprofundamento do tema. Os temas, datas, horários e endereço constam no flyer abaixo.


Para acessar a bibliografia que orientará o primeiro seminário, clique nos links abaixo para baixa-los.

Texto 1 - O teatro de grupo e alguns antepassados
Texto 2 - TEATRO DE ARENA, MARCO ZERO
Texto 3 - APROXIMAÇÃO E DISTANCIAMENTO (o interesse de Brecht por Stanislavski)
Texto 4 - TEATRALIDADES E CONTRARIEDADES: UM ESTUDO DE CASO

(Para baixar é só clicar no link e na página que carregar colocar do lado direito o "código" que aparece e dar OK. Na próxima página desça até o final da janela e espere o tempo anunciado. Depois do tempo clique em Faça o download do seu ficheiro aqui e depois em Abrir.)

CONSELHO DE COOPERADOS 2009

Próximo Conselho de Cooperados, dia 09/06, terça-feira, às 19h30 no Teatro Coletivo - Local: R. da Consolação, 1.623, Consolação.
Informações: (11) 3255-5922.

Pautas:

1. Discussão acerca de propostas dos Movimentos Roda do Fomento e 27 de março.
2. Avaliação da atual situação jurídica da Lei de Fomento e posicionamento político da entidade junto à Secretaria de Cultura.
3. Definir funções e cronograma de atuação política da entidade junto aos movimentos.
4. Proposta de que a Cooperativa tenha uma base de produção e uma base política para centralizar reuniões e movimentos.
"Sabemos que as Leis que estão sendo propostas pelo governo federal (Sistema Nacional de Cultura, Plano Nacional de Cultura e PEC 150/03) baseiam-se nos coletivos, nas associações, sindicatos, ONG’S e afins em todas as instâncias de governos (Municipal, Estadual e Federal) e sabemos quantas dessas nos representam de fato. Temos que nos fazer presentes em conferências e negociações para que nossas propostas possam ser diretrizes do plano Nacional de Cultura. Por isso solicitamos a todos os Cooperados se fazerem presentes neste Conselho para discutirmos, junto com a diretoria, essas e outras questões levantadas acima.

COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO

segunda-feira, 25 de maio de 2009

PRÓXIMO ENCONTRO DO MOVIMENTO 27 DE MARÇO

Pauta: Aprofundar proposta do seminário e centralizar assinaturas do abaixo-assinado
Dia: 25/05 (Segunda feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Coletivo (Antigo Fábrica)
Endereço: R. da Consolação, 1.623, Consolação
Informações: 11 3255 5922
Abaixo-assinado: http://www.petitiononline.com/mov27mar/petition.html
Blog do Movimento: http://movimento27demarco.blogspot.com/
Comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85612209

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ata do Encontro do dia 18 de maio de 2009

Ponto único: ATIVIDADE DE FORMAÇÃO do Movimento 27 de Março

OBJETIVOS:
- politizar e fortelecer o Movimento;
- historicizar a luta dos trabalhadores da cultura;
- compreender a partir da conjuntura internacional e nacional que política pública para cultura reivindicamos;
- discutir método e forma de organização do Movimento 27 de Março.

Partiremos da proposta SEMINÁRIO PROVOCAÇÃO da companheira Iná para dar início ao necessário aprofundamento das discussões e contínuas mobilizações.

CONFIRMADO, local Teatro Coletivo, às segundas-feiras, 20 horas:

Os encontros ocorrerão da seguinte forma: um encontro para o provocador expor o tema e outro encontro para discussão (em grupos) e fechamento do tema, com a presença do provocador.

SEMINÁRIO PROVOCAÇÃO - E O MOVIMENTO 27 DE MARÇO COM ISSO?

01 de Junho - Teatro Livre e Teatro Épico - provocadora: Iná Camargo Costa
08 de Junho - encontro para fechamento

15 de Junho - Vanguarda e Contra Revolução - provocadora: Iná Camargo Costa
22 de Junho- encontro para fechamento

Abaixo os outros dois temas propostos, a confirmar data e provocadores:

Teatro Moderno e Teatro Político - provocador: Sérgio de Carvalho

Teatro de Grupo: Estado e Mercado - provocador: Moreira

Outros temas específicos para próximas atividades de Formação:

- A Crise e a Cultura

- Lei Rouanet e Mercantilização da Arte

- Sindicato e Organização Social

Outros provocadores:

Luis Carlos Scapi - Núcleo de Educação Popular 13 de Maio - atuação no MST.

Daniel Feldman - economista da Unicamp e coordenador da Universidade Vermelha.

Atividade de formação aberta e focada a CONVOCAR toda a categoria:

- todos que participaram da ocupação da Funarte

- trabalhadores e estudantes do teatro e da cultura

- grupos de teatro


Próxima reunião: 25 de Maio - 20 horas - Teatro Coletivo - ok, Mônica?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Informes dos próximos encontros

ENCONTRO DA RODA DO FOMENTO

Pauta: Aprofundar questões a serem discutidas pela comissão tirada da Roda do Fomento e Movimento 27 de Março para fazer uma conversa com os vereadores e apresentar a Lei de Fomento ao teatro pra cidade de São Paulo, assim como outras questões.
Dia: 18/05 (Segunda feira)
Horário: 14h
Local: Cooperativa Paulista de Teatro

Acessem o Blog: http://www.teatrodegrupos.blogspot.com/


É muito importante que venham representantes de todos os grupos.


- - - - - - - - - - - - - - - -

ENCONTRO DO MOVIMENTO 27 DE MARÇO

Pauta: Aprofundar proposta do seminário e centralizar assinaturas do abaixo-assinado.
Dia: 18/05 (Segunda feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Coletivo (Antigo Fábrica)
Endereço: R. da Consolação, 1.623, Consolação
Informações: 11 3255 5922

Abaixo-assinado: http://www.petitiononline.com/mov27mar/petition.html
Blog do Movimento: http://movimento27demarco.blogspot.com/
Comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85612209

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sugestão de acesso

O Movimento sugere a todos que acessem os sites:

www.jornalsarrafo.com.br

www.galpaodofolias.com.br

Ata do Encontro do dia 12 de maio de 2009

PRÓXIMA REUNIÃO
A Mônica do Teatro Coletivo vai confirmar sobre a possibilidade de reunião no espaço entre segunda (18) ou terça (19).

FORMAÇÃO
As propostas para a formação são de um "Seminário Provocação". As sugestões da Luah são:

1) Teatro livre e teatro épico (Iná)
2) Vanguarda e contra-reforma (Iná)
3) Teatro moderno e teatro político.(Sérgio de Carvalho)
4) Teatro de grupo: Estado e mercado (Moreira)

Márcio e Sérgio Pupo vão convidá-los.
A proposta inicial é que os encontros aconteçam em 4 segundas feiras seguidas a serem definidas em breve.
Para uma participação mais ativa do movimento vamos:
- pedir anteriormente orientações de leituras para os convidados;
- no início de cada encontro, os participantes poderão escrever num painel provocações, questionamentos que poderão influenciar a fala dos convidados;
- cada convidado terá de 40 minutos a uma hora para falar e em seguida irá propor provocações sobre o tema para serem discutidas em grupos menores por 30 a 40min.
- fechamento

Pediremos a Cooperativa algum material de apoio como "flip chart", canetões, papel kraft, etc.

Calvo vai falar com a Companhia Antropofágica sobre a possibilidade deles documentarem os encontros para podermos fazer transcrições.

SARRAFO
Existe um site do sarrafo - com todos os textos das edições - que tem que ser mais acessado por nós: www.jornalsarrafo.com.br.
Falou-se também do site do Folias que têm alguns textos importantes: www.galpaodofolias.com.br

EQUIPE PARA CONTATO COM GRUPOS
Sérgio está concentrando uma lista com contatos de grupos e precisa de mais gente para poder dividir essa função de entrar em contato com todos.

MYRIAM MUNIZ
Realmente o Myriam Muniz está correndo um grande risco de não ser lançado. As informações sobre isso vem de várias fontes como a Rede Brasileira de Teatro de Rua. Precisamos DECIDIR QUE ATITUDES O MOVIMENTO VAI TOMAR EM RELAÇÃO A ISSO.

Maia e a luta pelo teatro essencial

Um perfil do dramaturgo que ajudou a criar o coletivo Folias e morreu no dia 17
Marco Antonio Rodrigues
No dia 17, uma sexta-feira pela manhã, Reinaldo Maia, companheiro e irmão do teatro que interessa, fez brusca e trágica saída de cena aos 57 anos e nos deixou aqui órfãos de sua escrita, não do seu pensamento. O Maia era dramaturgo, encenador, ator, baterista, escritor, pai extremoso da bela Júlia, marido de todas as horas da valente Giselda. Empregou seus tantos talentos na construção do Folias, o coletivo teatral que se formou em 1997, a partir da montagem de Folias Fellinianas, de sua autoria. De lá brigou incansavelmente por um teatro tão essencial à vida como o arroz e o feijão. Foi um dos idealizadores e fundadores do Movimento Arte Contra Barbárie, que no fim do século passado revirou de ponta cabeça a cena brasileira a partir de São Paulo. O tempo já prova o Arte Contra Barbárie como um dos movimentos políticos mais importantes a surgir nos últimos tempos. Provavelmente o Maia diria que a extrapolação desta significância deve-se muito mais à mesmice política que paralisa o País nos últimos anos do que aos méritos de formulação de uma estética pública do Movimento. Ele tinha essa percepção e essa sensibilidade do concreto: alma sensível, doía-lhe muito romper com um companheiro por conta de desavença política. Só que a dor não impedia o ato.

Acompanhei-o na construção do Redemoinho, quatro anos atrás, movimento nacional de teatro de grupos fundado a partir de iniciativa do Galpão, de Minas. Foi um dos seus maiores estimuladores a ponto de fazer parte do conselho nacional do movimento. Com pesar, um ano atrás rompeu violentamente. Para ele já se anunciava ali o triste fim do Redemoinho, liquidado agora em março. Seu poder de avaliar conjunturas e traçar estratégias de luta ou arriscar prognósticos, era decorrente, em minha opinião, primeiro de sua sólida formação marxista e, segundo, do estudo detalhado da obra e pensamento de gente como Bertolt Brecht, por exemplo. Formação e estudo, instrumentalizando e confirmando sua capacidade de fabulação poética.

Maia não conseguia separar pensamento e ação, não tinha esse talento esquizofrênico de aceitar os atos injustos, as mediocridades e perversidades várias, como elementos da contemporaneidade. Quanto mais estudava, produzia e compreendia o mundo, mais radical e intransigente ficava. Conseguia invejavelmente como ninguém, juntar à intenção, o gesto; à teoria, a prática; o pensamento ao discurso. Ultimamente, dirigia um espetáculo com texto de sua autoria, concluía um romance, preparava a edição de suas obras encenadas, colaborava na formulação de um Fundo Público Federal de Cultura, como alternativa democrática à Lei Rouanet, cuja manutenção considerava absurda demais. Funcionário público federal na Funarte, nunca escondeu sua opinião, fazendo-a sempre pública e clara, o que sempre lhe valeu muitas dores de cabeça.

Aliás, num desses muitos episódios, o Maia acabara de ser convidado para prestar uma assessoria de artes cênicas ao Memorial da América Latina. O convite era honroso: foi feito por um colega, intelectual muito conhecido que havia sido seu superior no Ministério da Cultura onde ele servira à época de Celso Furtado. Curiosamente, por aqueles dias saíra na grande imprensa um comentário crítico do Maia a algum ato do titular da pasta da Cultura, que provavelmente entendia o Memorial como quintal da própria casa. O homem ofendeu-se e imediatamente o antigo colega e emérito intelectual fez o serviço sujo: desconvidou-o.

O que é que eu poderia falar sobre sua genialidade e talento nas muitas parcerias que tivemos, eu como encenador, ele como dramaturgo? Aquela firmeza pública era de uma docilidade extremada e generosa no trabalho. Fosse em Babilônia, Verás que Tudo É Mentira, Orestéia, no trabalho de dramaturgista junto ao Otelo, em sua deslumbrante interpretação de Pio Miranda em El Dia Que Me Quieras e, recentemente, na adaptação de Cardenio, que estrearemos em breve, tinha sempre a capacidade de ouvir, mudar, aceitar sugestões, sem problemas de autoria, do mesmo jeito que tinha a coragem de apontar claramente os problemas indicando soluções, já que um compromisso que sempre tivemos no Folias é a busca obsessiva da excelência.

Briguei com o Maia uma vez na vida. Nós nos conhecemos brigando, 25 anos atrás. Acho que ali nos admiramos. Desde então, divergimos inúmeras vezes, mas nunca sequer pensamos em nos separar. Nunca tivemos uma amizade promíscua: pouco freqüentei a sua casa e ele muito menos a minha. Por isso, falo dele com doçura e sinceridade. Ele está morto e eu pela metade. Queria que ele tivesse a capacidade de ver quanta gente despedindo-se naquela triste noite de seu velório lá no Galpão do Folias, sede do grupo que fundou com outos companheiros. Queria que soubesse como é amado. Não com amor babaca, cretino e cristão, mas com amor de quem respeita a estatura do interlocutor. Por que tenho sérias dúvidas de que o Maia, como muitos de nós da mesma geração que lutamos pela democracia e constatamos a triste capitulação a esta ditadura econômico-midiática, não se perguntasse de forma desesperada, se valeu ou vale a pena. Todas aquelas pessoas lá, Maia, choravam sinceramente o artista, que nunca separou forma e conteúdo e que até no momento final, estourando publicamente seu nobre coração nos constrangeu a continuar fazendo. Mesmo que sem esperança.

Marco Antonio Rodrigues, diretor do Grupo Folias
Matéria publicada no Caderno 2 do jornal Estado de S.Paulo de 25 de abril de 2009.

sábado, 9 de maio de 2009

Próximo Encontro do Movimento

Pauta: Apresentar proposta do seminário e recolher as assinaturas do abaixo-assinado.
Dia: 12/05 (Terça feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Coletivo (Antigo Fábrica)
Endereço: Rua da Consolação, 1623 - Consolação
Informações: 11 3255 5922

terça-feira, 5 de maio de 2009

Carta Aberta ao Presidente Lula e ao Ministro da Cultura Juca Ferreira

Ilustríssimos Senhores

Nos últimos seis anos do vosso governo constatamos que não houve nenhum avanço na criação e no desenvolvimento de políticas públicas, democráticas, transparentes e descentralizadas para as artes no país, apesar dos Programas de Cultura do Partido dos Trabalhadores, que apontavam para um novo modelo gestor, de entendimento da Questão Cultural e que serviram de base para as diferentes campanhas políticas até a eleição do atual governo. E isso frustra a categoria, dadas as expectativas geradas pela vossa eleição e o modelo exemplar que ele poderia representar para as políticas públicas estaduais e municipais por todo o país.

Pensávamos, há seis anos, que um momento mais fértil para a cultura e para o país havia chegado, pois o governo empossado, recebendo o mandato de milhões de trabalhadores para atender às reivindicações mais sentidas do povo brasileiro, iria lutar por instrumentos de inclusão e cidadania e entendia a cultura como um bem inalienável do cidadão, um direito de todos e de cada um, tão importante quanto a saúde, o transporte e a educação.

Pensávamos, há seis anos, que haveria uma possibilidade do Estado servir aos interesses da maioria do povo brasileiro em contraponto às idéias neoliberais de um estado mínimo e à base do programa do governo que vos antecedeu. Mas não foi o que aconteceu.

E por não avançar este governo retrocedeu!

Hoje, no ano de 2009, a crise escancara nossos portões e o vosso governo, com seus recursos acumulados em superávits fiscais, corre para socorrer os grandes grupos econômicos e, mais uma vez, deixa para a maioria da população o desemprego, a falta de assistência médica, uma educação insuficiente e uma cultura entregue à indústria do entretenimento. Uma indústria que nada mais visa além do lucro e que transforma a cultura e as artes em produtos sem valor além do consumo imediato, sem poesia e sem reflexão sobre o que somos como cidadãos e como sociedade. Ou seja, sem perspectiva de futuro para além das necessidades básicas de sobrevivência – trabalhar para sobreviver e fazer a máquina econômica girar.

Nós, trabalhadores do teatro e das artes, vos dirigimos esta carta para pedir o que parece impossível, mas esta é uma tarefa que nos cabe – pedir o impossível! Não nos incomodamos com isso, afinal nos diziam que era impossível um operário chegar à presidência da república. Entretanto do que adianta fazer acontecer o “impossível” para depois tudo continuar como antes?

Pedimos que o Estado Brasileiro, que vosso governo no tempo que ainda resta, se ocupe da coisa pública, e aja para o desenvolvimento e proteção de seus cidadãos. E que pense no futuro do nosso país para além de um grande mercado consumidor, um grande canavial, um grande pátio de estacionamento para as montadoras.

Por isso nós trabalhadores do teatro conclamamos o atual governo a dizer um basta à política de privilégios, à entrega do Estado à iniciativa privada, à perda dos direitos dos trabalhadores e ao fisiologismo político que trata as questões da soberania nacional como uma bolsa de valores sem nenhum outro horizonte a não ser luta pelo poder.

E através desta carta reivindicamos:

- O fim da lei de isenção fiscal para a cultura.

- A criação de um Fundo Público para a Cultura, através de Lei

.......... - Que ele seja o responsável pela implementação de políticas públicas para todas as áreas da cultura

.......... - Que ele opere através de editais públicos em todas as regiões do Brasil com a participação paritária, em suas comissões de seleção, de representantes escolhidos pelo governo e pelos participantes dos respectivos editais

.......... - Que este fundo tenha uma dotação orçamentária mínima anual definida pela lei, e que portanto esta lei seja encaminhado pelo poder executivo como um projeto de governo.

- A imediata implantação do projeto “Prêmio Teatro Brasileiro” sob a forma de um edital nacional ainda para o ano de 2009.

- O descongelamento dos 75% do orçamento da união para o Ministério da Cultura. E um aporte de verbas suplementar para que ele atinja o mínimo de 2% do orçamento geral da União.

Pela nossa experiência dos últimos anos constatamos e entendemos que qualquer lei para a cultura tem necessariamente que contar com uma dotação orçamentária própria (recursos garantidos pela lei), pois isso evita a manipulação política e o corte indiscriminado destes recursos decorrentes de negociações políticas escusas (o balcão de negócios em que a política tem se transformado) e da ignorância por parte dos políticos de plantão sobre a importância que a cultura e as artes têm no desenvolvimento da real cidadania.

Sr. Presidente e Sr. Ministro, a luta por políticas públicas para a cultura é a luta pela soberania nacional e pela construção de um país de cidadãos livres no pensar e no agir.

As reivindicações feitas neste documento são de interesse público e a “Lei de Fomento para o Teatro Brasileiro” é fruto do amadurecimento de muitos anos de estudos sobre o que é realmente uma política cultural de interesse público para o cidadão. Hoje nos colocamos em luta por isso, pois acreditamos que com nossa luta possamos conquistar o impossível.

Movimento 27 de Março
movimento27demarco@googlegroups.com

sábado, 2 de maio de 2009

Abaixo Assinado do Movimento

Assinem o abaixo assinado do Movimento 27 de Março:

http://www.petitiononline.com/mov27mar/petition.html

Próximo Encontro do Movimento

Dia: 07/05 (Quinta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Coletivo (Antigo Fábrica)
Endereço: Rua da Consolação, 1623 - Consolação
Informações: 11 3255 5922

Apoio de grupos teatrais e artistas brasileiros às propostas de emendas ao PROFIC

O Movimento 27 de Março está em constante negociação com representantes do Ministério da Cultura de algumas propostas de emendas ao PROFIC, pedimos apoio aos grupos e artistas de todo o Brasil para enviar este modelo de solicitação com nome do grupo, cidade, estado e a proposta abaixo.

Grato!

NOSSAS PROPOSTAS
No dia 24 de abril houve uma reunião na Funarte em São Paulo com Alfredo Manevy (Secretário Executivo do Ministério da Cultura) e Marcelo Bones (Diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte) na qual foram encaminhadas propostas de emendas para o Profic, projeto de lei do governo para substituir a lei Rouanet.

As sugestões foram bem recebidas e ficou combinado entre o Movimento 27 de Março e o representante do ministério que a proposta seria encaminhada pela gente para o mail oficial da consulta pública do Profic (profic@planalto.gov.br) e que o Secretário também encaminharia a mesma dentro do governo.

Em resumo as emendas:

1) equalizam os recursos do Fundo Nacional de Cultura aos recursos da renúncia fiscal e também estabelecem que seu montante não seja inferior a 50% do orçamento do MinC: ou seja, o Fundo terá recursos próprios, não dependerá apenas da vontade de cada governo de plantão;

2) propõem um novo capítulo que determina a criação de programas setoriais para as artes (programas de Estado contínuos no tempo e que existirão independentes das políticas específicas do governo em exercício) e indica já como um modelo de programa o Prêmio Teatro Brasileiro com recursos anuais para núcleos artísticos, produção e circulação de espetáculos e circulação de atividades teatrais. Assim, cria-se, na lei, o conceito de que outros programas específicos por áreas artísticas serão criados. Vamos a eles em seguida? Ou ficaremos apenas na dependência das propostas do Profic e dos prováveis editais do Fundo?

Por enquanto, é só isso, pois essas são questões fundamentais. Na semana que vem devem surgir propostas para melhor regulamentar o Fundo Nacional de Cultura.

O Movimento 27 de Março pede que todos debatam a proposta em seu Estado, cidade e grupo e, caso estejam de acordo, que encaminhem o seu apoio às mesmas para o Gabinete Civil da Presidência da República antes de 6 de maio.

BASTA COPIAR O TEXTO (PROPOSTAS) ABAIXO E ENVIÁ-LO PARA profic@planalto.gov.br COLOCANDO O NOME PESSOAL, OU DO GRUPO, OU DA CIA., OU DA ENTIDADE MAIS A CIDADE E O ESTADO.

__________________________

Para e-mail: profic@planalto.gov.br

ASSUNTO: PROPOSTAS DE EMENDAS AO PROFIC Do Movimento 27 de Março

Estou encaminhando em nome do Movimento 27 de Março de São Paulo – SP nossas propostas de emenda ao PROFIC debatidas na última sexta-feira com representantes do MinC e da FUNARTE nas dependências desta instituição em São Paulo.

Grato pela atenção!
__________________________

NOME DO GRUPO OU ARTISTA E ESTADO
(do Movimento 27 de Março)

PROPOSTAS DE EMENDAS AO PROFIC Do Movimento 27 de Março

Art. 2º

V – Programas setoriais de Artes, criados por leis específicas, com orçamentos e regras próprias.

§ 2º Fica instituído o Programa Prêmio Teatro Brasileiro, a ser definido em Lei específica, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento do teatro brasileiro e o melhor acesso da população ao mesmo através do fomento a:

I – núcleos artísticos teatrais com trabalho continuado;

II – produção de espetáculos teatrais;

III – circulação de espetáculos e/ou atividades teatrais.

Art. 9º

I – dotações consignadas na Lei orçamentária anual e seus créditos adicionais, nunca inferiores ao montante da renúncia fiscal disponibilizado para o incentivo de que trata o Capítulo III desta Lei, garantido o mínimo correspondente a 50% (cinquenta por cento) do orçamento do Ministério da Cultura.

Projeto de Lei Federal - Prêmio Teatro Brasileiro

Para conhecer o Projeto de Lei Federal - Prêmio Teatro Brasileiro, acesse:

http://www.redemoinho.org/premio.html

Ou para baixar o arquivo:

http://www.redemoinho.org/lei.zip

Profic – Programa de Fomento e Incentivo à Cultura

Para acessar o projeto de lei que institui o Programa de Fomento e Incentivo à Cultura - Profic,
clique no link abaixo:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consulta_publica/programa_fomento.htm

Para o site das consultas públicas do ministério:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consulta_publica/consulta.htm

Sugestões de complementos ou alterações para o email profic@planalto.gov.br

Carta Aberta dos Trabalhadores da Cultura - Movimento 27 de Março

No dia 27 de Março de 2009, Dia Mundial do Teatro, nós, trabalhadores de grupos teatrais de São Paulo organizados no Movimento 27 de Março, fomos obrigados a ocupar as dependências da Funarte na cidade. A atitude extrema foi provocada pelo falso diálogo proposto pelo governo federal, que teimou em nos usar num debate de mão única. Cobramos, ao contrário, o diálogo honesto e democrático.

O governo impôs um único programa: a transferência de recursos públicos para o marketing privado, o que não contempla a cultura mas grandes empresas que não fazem cultura. E se recusou, sistematicamente, a discutir qualquer outra alternativa.

Trocando em miúdos.

O Profic – Programa de Fomento e Incentivo à Cultura, que o governo apresenta para discussão como substituto ao Pronac, que já existe, sustenta-se sobre a mesma coisa: Fundo Nacional de Cultura – FNC, patrocínios privados com dinheiro público (o tal incentivo/renúncia fiscal que todos conhecem como Lei Rouanet) e Ficart – Fundo de Investimento Cultural e Artístico.

Ora, o Fundo não é um programa, é um instrumento contábil para a ação dos governos. Já o Ficart (um fundo de aplicação financeira) e o incentivo fiscal destinam-se ao mercado, não à cultura. O escândalo maior está na manutenção da renúncia/incentivo fiscal, a chamada Lei Rouanet, que o governo, empresas e mídia teimam em defender e manter.

O que é a renúncia ou incentivo fiscal? É Imposto de Renda, dinheiro público que o governo entrega aos gerentes de marketing das grandes empresas. Destina-se ao marketing das mesmas e não à cultura. É o discurso que atrela a cultura ao mercado que permite esse desvio absurdo: o dinheiro público vai para o negócio privado que não produz cultura e o governo transfere suas funções para o gerente da grande corporação. Diminuir a porcentagem dessa transferência ou criar normas pretensamente moralizadoras não muda a natureza do roubo e da omissão do governante no exercício de suas obrigações constitucionais. Não se trata de maquiar a Lei Rouanet (incentivo fiscal); trata-se de acabar com ela em nome da cultura, do direito e do interesse público, garantindo-se que o mesmo dinheiro seja aplicado diretamente na cultura de forma pública e democrática.

Assim, dentro do Profic, apenas a renúncia fiscal pode se apresentar como programa, um programa de transferência de recursos públicos para o marketing privado, em nome do incentivo ao mercado. Trata-se, portanto, de um programa único que não vê e não permite outra saída, daí ser totalitário, autoritário, anti-democrático na sua essência.

E é o mesmo e velho programa que teima em mercantilizar, em transformar em mercadoria todas as atividades humanas, inclusive a cultura, a saúde e a educação, por exemplo. Não é por acaso que os mesmos gestores do capital ocupam os lugares chaves na máquina estatal da União, dos Estados e Municípios, coisas que conhecemos bem de perto em nosso Estado e capital, seus pretensos opositores.

E esse discurso único não se impõe apenas à política cultural. É ele que confunde uma política para a agricultura com dinheiro para o agronegócio; que centra a política urbana na construção habitacional a cargo das grandes construtoras; e outra coisa não fazem os gestores do Banco Central que não seja garantir o lucro dos bancos. Não há saída, não há outra alternativa, o governo continua dizendo, mesmo com o mercado falido, com a crise do capital obrigando a raspar o Tesouro Público no mundo todo para salvar a tal competência mercantil.

Pois bem, apesar do mercado, nós existimos. Somos nós que fazemos teatro, mas estamos condenados: não queremos e não podemos fabricar lucros. Não é essa a nossa função, não é esse o papel do teatro ou da cultura. Nós produzimos linguagens, alimentamos o imaginário e sonhos do que muitos chamam de povo ou nação; nós trabalhamos com o humano e a construção da humanidade. E isso não cabe em seu estreito mundo mercantil, em sua Lei Rouanet e seu programa único.

Nós somos a prova de que outro conceito de produtividade existe. O governo continuará a tratar o Estado e a coisa pública apenas como assuntos privados e mercantis? Continuará a negar nosso trabalho e existência? Continuará a negar a arte ou a cultura que não se resumem a produtos de consumo?

Por isso, além do FNC, exigimos uma política pública para a cultura que contemple vários programas (e não um único discurso mercantil), com recursos orçamentários e regras democráticas, estabelecidos em lei como política de Estado para que todos os governos cumpram seu papel de Poder Executivo.

Recusamos-nos a compartilhar qualquer discussão para maquiar a fraude chamada Lei Rouanet. Queremos discutir outros programas e oferecemos, novamente, o projeto de criação do Prêmio Teatro Brasileiro como um ponto de partida.